segunda-feira, 13 de abril de 2009

O jejum de Evo Morales

Por Gutierres Siqueira

O esquerdismo latino-americano sofre de uma síndrome aguda do “coitadismo”. Sempre a culpa é externa, seja dos imperialistas ianques, dos imperialistas brasileiros ou da oposição golpista. O último a expressar sintomas dessa síndrome foi o presidente da Bolívia, Evo Morales. Os governantes da esquerda latina sempre bradam: “Não conseguimos conduzir essa nação, mas a culpa é deles”.

Morales mantém uma greve de fome para aprovação no parlamento da nova Lei Eleitoral. Um dos pontos dessa nova lei inclui eleições para o final do ano, que beneficiaria o líder boliviano e bolivariano. Para pressionar os deputados oposicionistas, Morales mantém o jejum regado com folhas de coca, bolachas e água.

O presidente não procura negociar com a oposição, em respeito às instituições do seu país, mas prefere uma greve de fome para chantagens junto à opinião publica. Sendo assim, acusa todos os que contrariam suas idéias de golpistas ou outros adjetivos pejorativos. Nesse domingo voltou a afirmar, em entrevista, que os Estados Unidos e a “direita fascista” planejam seu assassinato.

Não assumindo suas responsabilidades, a liderança coitada acaba provocando instabilidades em seus países e ainda mantém uma popularidade alta ao transferir culpas. Essa técnica tem funcionado muito bem, pelo menos num primeiro momento, nos países da América Latina.
No Brasil, o apóio do Partido dos Trabalhadores (PT) ao boliviano, mostra como o governo considera normais essas atitudes infantis para um chefe de Estado. O presidente brasileiro Lula da Silva também sofre da “síndrome coitadista”. A marolinha da crise é culpa dos homens “brancos de olhos azuis” e o atraso do PAC é resultado de prefeituras sem projetos. Lula ainda mantém a tendência de acusar outrem por sua própria ineficiência.

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