sábado, 28 de março de 2009

O "pacote Obama" de resgate aos bancos dará certo?

Por Gutierres Siqueira

O Programa de Socorro de Ativos Problemáticos (TARP, em inglês) alcançara os resultados esperados? Ninguém sabe. Aliás, as opiniões sobre esse pacote de resgate não estão moldadas por certezas, mas sim por muitas dúvidas. O certo é que as bolsas de todo o mundo ficaram muito animadas, mas as empolgações nos pregões nos últimos meses não tem se mostrado estável.

Pontos positivos

A decisão de envolver o setor privado nesse pacote tem sido apresentada como um ponto positivo. Os pacotes anteriores estavam atrelados exclusivamente nas soluções governamentais, sendo que o setor privado só clamava por socorro, mas não se envolvia como a solução do problema. Outra vantagem do envolvimento privado é que evita mais pedidos de recursos ao congresso, diante de impopularidade de Wall Street na sociedade norte-americana.
Um ponto interessante é que a proposta está na solução via mercado, e não por medidas radicais como da estatização. Evitando a nacionalização dos bancos, um desgaste político para o presidente Barack H. Obama fica minimizado.

Pontos de críticas

O pacote evita a estatização, porém permite que a antiga diretoria continue no comando, mesmo depois dos grandes erros cometidos por essas gestões. Ao emitir trilhões de dólares para pacotes de socorro, os Estados Unidos estão correndo riscos futuros de grandes proporções, principalmente relacionada à inflação. Em resposta as críticas, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner disse: "Não existe nenhum dúvida de que o governo está assumindo um risco".

Pontos de incerteza

Os bancos mostraram todos os seus papéis podres correndo o risco de piorar sua imagem como "banco podre"? Como despertar o interesse de investidores em papéis podres garantidos pelo governo? Quanto tempo essa medida do pacote pode durar? Como separar papéis podres dos bons?
Muitas são as perguntas sobre esse plano. Algumas indagações ainda são da própria natureza dessa crise, pois nenhuma resposta objetiva ainda foi dada sobre o real problema do mercado. A pergunta crucial ainda não respondida é se a crise resulta dos prejuízos de longo prazo das instituições financeiras ou são os riscos de liquidez de curto prazo.

Conclusão

Se o plano der certo, o governo e investidores sairão com lucros, o sistema bancário volta com uma confiabilidade para colocar créditos no mercado. Ou seja, muitos leões serão mortos com uma só paulada. Se o plano der errado, o governo aumentará ainda mais o déficit dos Estados Unidos e os bancos continuaram com os problemas centrais e o crédito prejudicado.

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