sexta-feira, 27 de março de 2009

Salve Obama, o agraciado entre todos os homens!

Por Gutierres Siqueira

Pesquisa recente do Instituto Harris mostrou que para os norte-americanos o maior herói é Barack Obama. Ou seja, Obama ganhou até de Jesus Cristo, que ficou em segundo lugar. O presidente recém-eleito também ficou também na frente de Martin Luther King, Ronald Reagan, George W. Bush, Abraham Lincoln, John McCain, John Kennedy, Chesley Sullenberger e Madre Teresa. Sendo essa a seqüência dos votos.

Isso tudo é fruto do messianismo obâmico, que está solto nos Estados Unidos, no Brasil e no mundo! E como todo messianismo beira ao ridículo, fruto da ignorância transvertida de esperança, cheirando pura idolatria no Estado e no seu representante.

Um dado curioso dessa pesquisa é o forte culto aos presidentes no EUA. Ora, são eles que praticamente estão eleitos para salvar o mundo, como ungidos por uma força maior. Na campanha de Obama, esse messianismo bocó fez até jornalistas chorarem de emoção pela vitória do iluminado!

Gene Healy, autor do livro "O culto à presidência: A Perigosa Devoção da América ao Poder Executivo" escreveu um artigo onde cita o pensador conservador Barry Goldwater, que em 1964 disse:

... parte da idolatria atual a executivos poderosos vem daqueles que admiram qualquer tipo de força e realização. Outros aclamam a demonstração de força presidencial... simplesmente porque eles aprovam o resultado alcançado pelo uso da força. Isso é nada menos do que a filosofia totalitária, segundo a qual o fim justificam os meios... Se existe uma filosofia de governo totalmente em guerra com aquela dos Pais Fundadores dos EUA, este é um exemplo. [1]

Em outro momento, Goldwater declarou:

Aqueles que procuram o poder absoluto, mesmo que eles o procurem para fazer o que consideram como bom, estão simplesmente pedindo o direito de forçar suas próprias versões de paraíso na terra; e deixe-me lembrá-los que eles são exatamente os mesmos que sempre criam a mais infernal tirania.

Portanto, é isso. Os Estados Unidos estão regredindo na sua tradição liberal, que sempre desconfiou de homens muitos fortes e poderosos! Retrocesso total e perigoso meio de fortificar os homens da Casa Branca acima daquilo previsto pela constituição.

Nota:

[1] HEALY, Gene. Campanha de 2008 e o culto à presidência. Digesto Econômico, 2008, n° 450, vol. 63. pp 82-85.

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