quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Como a esquerda levou os EUA para o 11/9

Por Dinesh D'Souza¹
Tradução: Gutierres Siqueira

As administrações Carter e Clinton fizeram os EUA parecerem fracos, alvo atraente para terroristas.

Ao considerar um corte no financiamento dos EUA em tropas no Iraque, a liderança liberal² no Congresso corre o risco de tornar os Estados Unidos mais vulneráveis a ataques futuros não só no Oriente Médio, mas aqui em nos Estados Unidos. Para compreender isto, não é suficiente revisar os fatores que levaram à invasão do Iraque. Temos de considerar as raízes de 11/09 em si. Só compreendendo as políticas que semearam as sementes de 11/09 é que podemos decidir a forma mais inteligente para avançar na luta contra o terror.
Peritos da esquerda dizem que 11/9 foi o resultado de uma "blowback" de resistência do mundo islâmico contra política externa americana. À primeira vista, isso parece fazer sentido. Colonialismo americano no Oriente Médio? Os EUA não têm nenhuma história do colonialismo lá. Washington deu apoio para os antidemocráticos regimes ditatoriais da região? Os muçulmanos não podem estar indignados com isso, porque não existem outros tipos de regimes da região. EUA apoiaram a Israel e as guerras contra os muçulmanos? Sim, mas os americanos freqüentemente têm lutado ao lado dos muçulmanos, como no Afeganistão na década de 1980 ou na Guerra do Golfo Pérsico.
Mas, em certo sentido, os peritos liberais estão certos. Os EUA fizeram dois gigantescos erros na política externa, das últimas décadas, que fez a semear o 11/9. O que os liberais não têm reconhecido é que esses erros foram o resultado direto de suas políticas e ações, e foram realizados por presidentes democratas - Jimmy Carter e Bill Clinton.
Para compreender isto, precisamos de um pouco de perspectiva. O fundamentalismo islâmico tornou-se uma força mundial em 1979, quando ele capturou o seu primeiro grande estado, o Irã. Antes disso, organizações radicais como a Irmandade Muçulmana foram perdendo batalhas na luta pela derrubada de seus governos locais. Isto mudou com o sucesso do regime Khomeini no Irã. O aiatolá Ruhollah Khomeini foi o primeiro líder muçulmano a descrever os EUA como o "Grande Satã" e condenou ao martírio o seu advogado. Irã continua a ser um modelo para os muçulmanos radicais.
A ascensão de Khomeini ao poder foi facilitada pelas políticas do Carter. Carter entrou em funções sublinhando o seu apoio aos direitos humanos. Seus assessores lhe disseram que não podiam apoiar consistentemente o xá³ do Irã, pois o mesmo tinha uma polícia secreta que foi amplamente acusada de violar os direitos humanos. A administração começou a retirar o seu apoio e, finalmente, puxando o tapete debaixo do xá, obrigando-o a descer.
O resultado foi Khomeini, cujo regime foi muito mais cruel do que o xá's. Khomeini desde o golpe de estado patrocinou o radicalismo islâmico e o terrorismo e abriu o caminho para a Osama bin Laden e 11/9.
As políticas de Clinton também ajudaram a provocar 11 / 9. Após a Guerra Fria, levando radicais islâmicos a retornaram aos seus países de origem. Bin Laden deixou o Afeganistão e voltou para a Arábia Saudita; Ayman Zawahiri foi devolvido ao Egito. Eles lutaram contra os seus próprios governantes - o que foram denominados como "inimigos próximos" - a fim de estabelecer estados sob a lei islâmica. Mas, em meados dos anos 1990, estes radicais mudaram de estratégia. Eles decidiram parar de lutar contra o inimigo próximo e atacarem o "inimigo de longe," os Estados Unidos da América.
A única superpotência do mundo parece ser muito mais interessante do que governantes muçulmanos locais, como Hosni Mubarak do Egito ou a família real saudita. Bin Laden argumentou, no entanto, que o inimigo era na verdade muito mais fracos e mais vulneráveis. Ele estava confiante de que, quando atingir órgãos vitais dos EUA, os americanos teriam que se arrumar e correr. Assim como no Vietnã. Assim como em Mogadíscio, Somália. Bin Laden viu sua teoria da fraqueza americana demonstrada durante a época Clinton. Em 1993, radicais islâmicos bombardearam o World Trade Center. A administração Clinton fez pouco. Em 1996, terroristas muçulmanos atacaram as Khobar Towers USA com facilidade em uma base na Arábia Saudita. Sem resposta. Em 1998, Al-Qaeda bombardeou duas embaixadas americanas na África. Clinton respondeu com embate superficial no Sudão e no Afeganistão. Estes fizeram nenhum dano real à Al Qaeda e só reforçou a percepção de inércia americana. Em 2000, radicais islâmicos bombardearam o navio USA Cole. Novamente, a equipe Clinton não atingi Al Qaeda. Por sua própria confissão, Bin Laden concluiu que a sua suspeita de inabilidade e fraqueza americana foi correta. Ele se tornou entusiasta com o enredo dos ataques de 11/9.
Ainda assim, os ataques 2001 poderiam ter sido evitados se a administração Clinton lançasse um ataque efetivo contra Bin Laden nos anos que antecederam a eles. Clinton disse que ele tinha feito todos os esforços contra Bin Laden durante o seu segundo mandato. Ainda o ex-agente da CI, Michael Scheuer, estima que havia cerca de dez chances para capturar ou matar Bin Laden durante este período e que o pessoal do Clinton não conseguiu capitalizar sobre nenhum deles.
Entre 1996 e meados de 2000, Bin Laden não estava profundamente escondido. Ele deu sermões na maior mesquita de Kandahar (Afeganistão). Ele falou abertamente no seu telefone via satélite. Ele também concedeu uma série de entrevistas aos meios de comunicação social: em 1996, com o autor Robert Fisk; em 1997, com Peter Arnett da CNN; em 1998, com John Miller da ABC News; em 1999, com um jornalista filiado a revista "Time". Não é estranho que todas essas pessoas possam se encontrar com Bin Laden, mas a administração Clinton não poderia?
Duas lições podem ser extraídas desses episódios. O primeiro deles, derivados de ações da Carter, é: Em se livrar do mau regime, tenha certeza que você não vai obter um pior. Isso aconteceu no Irã e poderia voltar a acontecer no Iraque, se levado no Congresso a maneira democrata. A segunda lição é de inação, derivada de Clinton, pois a percepção da fraqueza incentiva os nossos inimigos. Se os insurgentes e terroristas muçulmanos acreditam que os Estados Unidos estão divididos e cheio de melindres acerca de vencer a guerra contra o terror e que são susceptíveis de agravar os seus ataques a americanos no estrangeiro e em casa. Nesse caso o 11/9 será apenas o começo.

Notas:

1- Dinesh D'Souza é pesquisador do Hoover Institution, na Universidade de Stanford e autor do "The Enemy at Home: The Cultural Left and Its Responsibility for 9/11.”.
Artigo originalmente publicado no jornal Los Angeles Times de 18 de Janeiro de 2007.

2- NT: Nos EUA o conceito político de direita e esquerda é diferente do Brasil. Direita é sinônimo de conservadorismo e esquerda de liberalismo.

3- NT: Xá ou Shah é um título de monarca, equivalente a “rei”.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O protecionismo de Barack Obama

Por Gutierres Siqueira

Nações que adotaram o livre comércio tiveram aumentos na renda per capita, na expectativa de vida, na educação, na saúde. A liberdade para o comércio é o caminho para a prosperidade. Tom Palmer, especialista em globalização. Entrevista para Revista Exame.

Obama anda muito preocupado com o setor automobilístico dos Estados Unidos, sendo um demonstrativo de quanto o seu governo será protecionista e de mercado fechado para o umbigo de agricultores e industriais norte-americanos. Isso é muito ruim para o Brasil, pois queira ou não, os EUA são a maior economia do mundo e o parceiro mais expressivo quando falamos de exportação! Outros países ricos, principalmente nesse momento de crise, com aumento do desemprego, também podem tomar medidas protecionistas. Empresários brasileiros, chineses e até tailandeses estão preocupados com o protecionismo de Obama, natural por ser um democrata.
Em entrevista para a agência EFE, Prakit Apisarthanarax, presidente da consultoria financeira Prakit Holdings disse: “Acreditamos que o novo presidente dos Estados Unidos protegerá a indústria própria acima da promoção de novos acordos de livre-comércio, o que afetará negativamente as exportações da Ásia e Tailândia". O porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Qin Gang declarou: "Esperamos que a política de livre comércio continue sendo respeitada. Devemos evitar o protecionismo comercial, que não é bom para nenhuma das partes".
A doutrina protecionista tem como objetivo proteger o mercado interno das importações, dificultando esse tipo de negociação. Todos os países são em algum grau protecionistas, mas a tradição do Partido Democrata tem como meta política o protecionismo. Em 2006, quando os democratas dominaram a Câmara dos Representantes, o Estado de São Paulo em 23 novembro de 2006, lembrou:

O Brasil tem sido um alvo freqüente do protecionismo democrata. Eles não aceitam como legítima a concorrência brasileira, mesmo num setor em que o Brasil é reconhecidamente eficiente, como a agricultura. Sempre há, contra os brasileiros, alegações de dumping, de exploração de mão-de-obra barata e de agressão ao meio ambiente. Com tudo isso, produtos brasileiros continuam sujeitos a barreiras muito altas. A abertura de mercado para o etanol brasileiro é por enquanto uma hipótese remota. Pelos primeiros lances dos democratas, também os industriais, e não só os agricultores, devem preparar-se para novas pressões.

É claro que existem republicanos ligados aos agricultores e industriais interioranos altamente protecionistas, mas isso foge da tradição republicana, que sempre defendeu o livre-comércio. No último dia 15, na reunião do G-20 em Washington, George W. Bush lembrou que “um dos perigos em uma crise como esta é que as pessoas comecem a adotar políticas protecionistas”.
Ironicamente, o Brasil que torceu e vibrou com a vitória de Barack Obama, será prejudicado pela atrasada visão econômica que o novo presidente possui juntamente com seu partido! Os obanistas apresentam um montão de desculpas, dizendo que até McCain seria protecionista (papo furado!!!). Será que agricultores e industriais brasileiros sentirão saudades de Bush?

sábado, 15 de novembro de 2008

Banhemo-nos em sangue de criancinhas e que viva a liberdade!

Por Dalton Almeida

Sistematicamente durante minha breve e até o momento improdutiva vida acadêmica (bibliograficamente falando, é claro) tenho tido o prazer de discutir um dos assuntos, a meu ver, mais incompreensivelmente polêmicos no hall de “assuntos polêmicos”, o aborto.
Naturalmente que você leitor deve se perguntar: - “Como assim incompreensivelmente polêmico?” - “Ele bebeu?” – “Ele fumou?” ou “Será que ele não se importa com o direito da mulher sobre seu corpo?”, o que normalmente leva a maioria estatística de meus contatos sociais para conversas ocasionais a pensar (ainda que não admitam) “Fogueira! Fogueira! Fogueira!” (e o que também é muito provável no seu caso).
Bom... tentarei ser direto: Não bebo (sou contra álcool, puramente por motivos estatísticos); não fumo (sou contra, por motivos estatísticos equivalentes ao “caso álcool”) e defendo que os direitos de um indivíduo se estendam só até onde começa os direitos de outro indivíduo, sem contar minha concordância com detalhes como a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, uma série de convenções éticas, morais, práticas, de bom senso e de defesa a vida. Nem vou entrar no contexto religioso, quem sabe um próximo post, em uma próxima vez....
Voltando... Considero este um assunto incompreensivelmente polêmico por que em todas as perspectivas possíveis o aborto é um assassinato deliberado e/ou uma vingança digna das mais bárbaras, estúpidas, subdesenvolvidas e pagãs “sociedades” tribais, excluindo-se apenas um caso, que não é vingança e sim apenas: “assassinato deliberado visando redução das perdas” (que explico no final). Trocando em miúdos, sou contra assassinatos de qualquer tipo, e o de potenciais criancinhas humanas consta no topo da minha lista.
Agora que apresentei de forma prolixa minha opinião, vamos às argumentações, espero conseguir desenvolvê-las a contento, costumo “oraliza-las” entre uma e outra interrupção ou grito de repúdio ou ameaça de morte, o que faz do Blog e sua liberdade sem interrupções, algo novo, e pelo que já deu para perceber, altamente “desconcentrante”.

Argumentações:


Primeiramente vale a pena deefinir o que vem a ser um "bebê":
Em termos técnicos é a “fase” mais dependente do ser humano, em que ele necessita de indivíduos para sua sobrevivência (alimentação, higiene, locomoção e outros), normalmente esses indivíduos são os pais ou equivalentes (com mais ou menos afeto) e em raros casos podem ser animas (vide lendas) como no caso dos irmãos Rômulo e Remo e do(s) Mogli (s) (tente não pensar no Baguera...pode estragar a seriedade da discussão). Em geral bebês são seres dependentes de adultos para sua sobrevivência, embora sejam portadores de um código genético exclusivo e completo, que rege todas as suas funções bioquímicas e de desenvolvimento mais básicas, o que garante a estas pequenas massinhas de carne fofinhas uma potencialidade de crescimento, desenvolvimento e aprendizagem, que gerará mais um exemplar do ápice do desenvolvimento biológico no Planeta Terra: O ser racional (em geral) e com noção de sua existência e iminente morte, costumeiramente conhecido como “Homo Sapiens” (agora pegou de onde vem o “Homo” do título do blog não é?).
Então... tanto o bebê (já nascido), como um feto (bebê em formação e ainda não nascido) ou como o zigoto, resultante da fecundação de um óvulo que se “prende” no endométrio feminino para começar sua diferenciação celular, todos estes possuem o mesmo código genético, com potencialidades e futuro brilhante de reações bioquímicas que podem gerar desde um novo Adolf Hitler a até um novo Thomas Edison ou Linus Pauling ou com os desvios certos (de ordem social) a nova “Lacraia”. Independentemente do destino resultante, na média, os humanos tem o péssimo hábito de alcançar a maturidade, quando e apenas quando, outros seres humanos não agem deliberadamente para impedi-los (e nisso o bicho Homem é criativo), através de Guerras, violência, assassinato, psicopatias assustadoras e a até os impensadamente autorizados abortos.
Também é importante destacar que o bebê é uma unidade totalmente "independente" do corpo feminino durante a gestação de nove meses, que para facilitar a discussão chamarei de “tempo de hospedagem”, onde a mãe não passa de um hotel com aquecimento, alimentação, “arejamento” , proteção e exposição a estímulos sonoros externos. A massinha de carne é possuidora de um sistema circulatório, respiratório e neurológico, totalmente independentes. Mais ou menos como um hóspede em um hotel barato de estrada. Com a diferença que ainda estou para ver um grupo de malucos apoiando o direito do dono destes tipos de estabelecimento matar seus hóspedes, por um motivo arbitrário qualquer, como por exemplo, algum crime cometido por um parente destes e que os hóspedes não tem conhecimento ou participação.


Assim, definido o que é um bebê e o que é uma mulher do ponto de vista do primeiro (um temporário envoltório físico de proteção e alimentação), vale a pena discutirmos os pontos mais polêmicos da defesa do aborto:


- A mulher tem direito ao controle de seu corpo:
Opinião do “escritor” (OE daqui em diante): Concordo plenamente, mas isso não lhe dá direito de vida e morte sobre a individualidade independente que está se hospedando temporariamente em seu interior e que não tem como opção a “realocação” em um útero mais interessado. Como já disse no início do texto, os direitos de um, só vão até onde começa os direitos dos outros, isso está, se não me engano, em algum "parágrafo de discussão" do “pacto social”, a mulherada favorável ao aborto e os defensores de assassinar criancinhas deveriam conhecer “o texto”.


- A mulher estuprada tem direito a não querer o filho do estuprador:
OE: Concordo plenamente, a mãe tem todo o direito de rejeitar uma nova vida, que tem 23 de seus 46 cromossomos com origem no seu próprio código genético (código de origem materna), mas daí o “rejeitar” ser ampliado para o “despejo” (assassinato)vai uma distância abissal. Ou seja, não querer ter que cuidar, alimentar, educar, levar na escola, dar beijinho de boa noite, contar histórias, levar no zoológico e comemorar aniversários, OK não o faça, doe para quem adoraria fazê-lo, mas é incapaz de produzir o “milagre da multiplicação independente de células com potencial humano”. Assassinato não é uma opção.......ou será que a partir de agora iremos matar os filhos dos assassinos, como vingança pelos crimes cometidos pelos pais, prender os filhos dos assaltantes e perpetrar toda a sorte de vinganças possíveis contra pessoas inocentes, só por que alguém pretende se sentir melhor ou vingado (a)? Será que já não basta termos que arcar com a expulsão do Paraíso dia a pós dia (ops....disse que não ia entrar no aspecto religioso....desconsidere a citação à nossa realidade de penitência).


- Um feto não é gente, até ter X semanas, Y desenvolvimento do sistema nervoso e Z atividade bioelétrica.
OE: Aqui vejo algo perigoso, conhecido juridicamente como “precedente”. A ciência hoje (leia-se um setor desta) tenta definir arbitrariamente a partir de que estágio do processo de diferenciação celular já alcançamos o status de “gente”, e assim justificar o despejo de uma potencial vida. Por isso reforço: com ou sem braços, com ou sem cérebro plenamente formado, com ou sem coração funcional, com ou sem sistema nervoso atuante, com ou sem “meio quilo”, desde o maior dos halterofilistas ao menor e mais torto dos Stephen’s Hawking’s , todo ser humano parte de 46 cromossomos em um código genético auto-replicante, a definição do que “é gente” está no DNA (e olha que tem exceções que cruzam conosco dia a dia e também tem status de gente – 47 cromossomos como no caso da Síndrome de Down- aliás concordo plenamente que são gente – entre outros exemplos).
O perigo no precedente mora exatamente em sua utilização por outros. Por exemplo: na Alemanha Nazista, ser Judeu era motivo para perder o direito a vida, ser deficiente também, mas no início não sairam matando os Judeus, primeiro os classificaram como diferentes por serem Judeus, depois os fecharam em guetos e por fim os transportaram para as fornalhas, covas coletivas entre outros. O mundo teve de ir ao front e chorar por milhões de mortos para que as atrocidades nazistas e seu "modus operandi", não se transformasse na metodologia social padrão do mundo, e agora, cientistas de meia pataca, consideram-se no direito de definir quando temos o direito ao título de “gente”. É incrível como a sociedade esquece rapidamente que a ciência e seus seguidores são práticos, e a sua ética não nasceu com suas pesquisas, será que ninguém lembra do "exemplo" de ética médica que foi Josef Mengele? (realmente difícil não citar as origens religiosas da ética e do respeito a vida – caro leitor, não me obrigue a citar a primeira experiência de transfusão de sangue feita pelos médicos, para mostrar como ética e ciência são um casamento recente).
Em resumo: desconsiderar arbitrariamente os direitos das crianças não nascidas, só cria precedente para começar a analisar seres já nascidos por meios tão arbitrários quanto, daí a possibilidade de um “divertido processo de eugenia” ser aplicado por um grupo politicamente mais forte, pode ser uma questão de tempo. Com as “boas intenções originais” caindo do telhado.


- Em caso de risco de vida para a mãe o aborto terapêutico é aceitável.
OE: Não posso considerar nenhum tipo de aborto aceitável, mas, este é um caso de assassinato deliberado visando redução das perdas, se não há o que fazer, não há o que fazer. Antes salvar mãe do que o bebê, não por que o bebê mereça menos, mas por que entre salvar a potencialidade de uma vida que corre altíssimo risco de morrer ao nascer levando a mãe, e a preservação da vida de uma potencialidade em sua plenitude, a opção lógica (e não religiosa) é pela mãe.
Basicamente estes são os principais pontos, a meu ver, objetivando a defesa da proibição do aborto e como este é absurdo, mas se você leitor conhece algum outro ponto importante e que eu não tenha abordado, ou tenha uma boa argumentação que contrarie a lógica de minha argumentação, fique a vontade para comentar, adorarei adicionar sub-postagens aprofundando o assunto.

Por fim, se você conseguiu chegar até o fim, meus agradecimento por sua paciência. “Isto fica feliz em ser útil” :D
E se ainda sim, nada do que disse foi suficiente sequer para fazê-lo parar para pensar, então: Banhemo-nos em sangue de criancinhas e que viva a liberdade!


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Existe pós-modernismo?

Por Gutierres Siqueira

No meio acadêmico, um dos assuntos que tem se tornado clichê é falar sobre pós-modernismo. Hoje são abundantes os trabalhos e literatura sobre a pós-modernidade, mas em décadas recentes poucos estavam refletindo sobre a transição do modernismo para o pós-modernismo. O assunto tem dado pano as mangas, inclusive há quem critique a popularização do termo “pós-modernismo”, como o filósofo pragmático R. Rorty, que em entrevista para o jornal Folha de São Paulo, em 8 de maio de 1994, disse:

Acho que a noção de pós-moderno não tem qualquer utilidade. É mais uma tentativa artificial de sugerir que recentemente passamos por algo dramático e importante. Não acho que o século XX faça essa passagem entre o moderno e o pós-moderno. Muito tempo e energia estão sendo gastos na reflexão sobre o tópico do pós-modernismo.

Portanto: existe pós-modernismo?

Pensa rápido!

Por Dalton Almeida
E no meio do caminho havia uma pedra, pouco antes da grande massa estática de água esverdeada. Maria olhou a pedra e a pedra olhou o lago com preocupação. Uma garça não muito longe obteve o almoço e Maria parou mirando a pedra, que agora mirava o lago e com uma maldade digna de uma velha pedra experiente também a garça.
A garça mirou o peixe, piscou, sorriu interiormente e mirou Maria, que mirava algo, que não lhe parecia apetitoso; mirou o peixe novamente, pensou em “Tchau” e deglutiu-o rapidamente.
Já o peixe mirou duas colunas estranhas na água, e quando terminou de formular mental e inocentemente “O que é isso?”, viu-se erguido no “vácuo” atmosférico exterior, que lhe explicou tudo rápida e aterrorizantemente.
Maria pegou a pedra, que já resignada a seu destino, mirava o lago, a garça e Maria de forma sistemática, tentando influenciar a bondosa menina.
Nas mãos de Maria a pedra reluziu uma vez, polida e redonda, e em seguida reluziu mais e mais, sob a fricção de seus delicados dedos.
A garça arrotou, o peixe chegou a seu efêmero novo lar e gritava sem esperanças. A pedra desconfiada viu que seu destino não era o lago, e sim um colorido e rendado bolso. Talvez o retorno a uma elegante estante, concluiu.
A garça viu mais um peixe, que não sabia ela, procurava o desaparecido irmão, atualmente realocado em seu interior, e que já não gritava mais.
Maria berrou alto e fino, a pedra foi exposta a luz do sol violentamente, a garça arregalou os olhos e bateu asas em desespero.
A pedra voava velozmente, como não fazia desde seu imemorial e quente nascimento, o peixe aborrecido fugiu sob intenso rebuliço de algo que não sabia o que era, mas que se retirava da água em velocidade.
E Pedro gritou com um maldoso sorriso de orelha a orelha, enquanto a pedra descrevia uma leve parábola.
- Pensa rápido!



Data: 26/10/2008 – Iniciado aprox. 13:40 p.m. e terminado 14:00 p.m
Local: Parque da Aclimação – São Paulo - SP