quinta-feira, 17 de junho de 2010

A heresia ditatorial do “branco”

Por Dalton L. C. de Almeida

As reproduções de páginas ricamente trabalhadas de bíblias copiadas a mão por monges da Europa medieval, em geral, surpreendem os observadores pela riqueza de detalhes e quase inexistência de espaços em branco.


Tomadas por desenhos, arabescos, pinturas, texturas e o que mais fosse possível, cada página era, e é, uma obra de arte à parte, transformando o volume de escrituras sagradas em muito mais do que uma “simples” bíblia, e sim, em uma exposição compilada.

No dia 23 de maio a Folha apresentou sua reforma gráfica, seguindo, ao contrário de sua tradição de pioneirismo na área, o Estado de S. Paulo.

Neste processo de muitos aspectos modificados, como fonte do texto, editorias, cadernos, uso de cores entre outros, o maior destaque, ficou exatamente na impressão de “espaço ganho”.

O veículo ampliou a “áreas brancas”, as mesmas que eram “temidas” pelos medievais, talvez, preocupados com o que faria a mente de um leitor que pudesse “descansar” a vista, dando um “tempo” antes de continuar a leitura da “Palavra de Deus”.


Na nova editoração, em especial online, o observador-internauta tem a clara “impressão” de vazio, devido à grande quantidade de áreas brancas e brilhantes, que permeia os blocos de informações “suspensas” por todo o portal. Talvez a intenção fosse buscar um ar mais “clean”, mas ao contrário de O Estado Online, em que o vazio foi preenchido por um azul-bebê de gosto duvidoso e que evita o ar de “falta de algo”, o espaço branco, na Folha Online, efetivamente evidência algo que, aliás, até mesmo a versão impressa não escapou: uma real falta de conteúdo.

Para um leitor tradicional da versão antiga, o portal da Folha Online, que costumava “perder” seus leitores em meio a tanta informação, está incomodamente vazio.


Como toda a reforma, é importante que aspectos positivos sejam preservados e aspectos negativos devidamente extirpados, no caso da Folha Online, o novo projeto prevê um ambiente de leitura e interação mais amigável aos não acostumados a leitura online e/ou jornalística. O problema é que a falta de informações, provavelmente será sentida por aqueles que buscavam a Folha como uma fonte rica.

Na era da virtualização, velocidade, superficialidade e falta de tempo, a Folha curva-se à ditadura do “branco”, para descanso, incrementado pela lógica da informação rápida e curta.
O que será que hão de fazer tantas mentes expostas a áreas de descanso visual? A resposta é uma incógnita, mas sem dúvida, eriçaria os ânimos e conturbaria os sonhos dos copistas medievais preocupados com as “heresias mentais advindas dos espaços em branco”.

Leonardo Boff e a diplomacia do "bem"


Por Gutierres Siqueira

Tento achar um texto legal do teólogo Leonardo Boff, mas está difícil. Há um amontoado de besteiras em seus artigos que fico até espantado. Boff, tão admirado por milhares de seminaristas católicos e evangélicos, escreve muito sobre política. Desta vez publicou um texto com rasgados elogios à política externa do governo Lula. E também para não variar criticou as críticas dos jornais sobre essa política. (Leia o texto aqui).

Cego pelo antiamericanismo retrógrado, Leonardo Boff elogia a “diplomacia pacífica” de Lula em contrapartida a “diplomacia violenta” de Hillary Clinton, secretária de Estado do governo norte-americano. Na sua “dialética” temos a diplomacia do bem e do mal. O legal mesmo é não ser subserviente ao Império, pois Hegel já nos mostrou os males desse complexo. Se o Império luta contra o armamento nuclear do Irã e da Coreia do Norte, então, nós, os hermanos latino-americanos, devemos ser a favor desses países coitadinhos, vítimas da terrível dama Hillary e do presidente Obama. Coisa terrível é se alinhar ao Império, assim Boff pensa!

Como todo “progressista” (que palavra mal empregada), Leonardo Boff acusa nossa imprensa de ser uma “sucursal do Império”. Realmente, quem sabe deveríamos receber informações das redes de TV árabes ou chinesas. Ora, lá eles têm liberdade de informação, não é mesmo? Ou quem sabe deveríamos ler o jornal cubano Granma, o órgão oficial da ditadura catrista. Nas “Reflexões de Fidel”, uma coluna desse jornal, o nome de Leonardo Boff é de vez em quanto mencionado com honras.

Dá até vontade de rir quando Boff acusa os jornalistas de uma mentalidade antiga, voltada à Guerra Fria. Risos. Será que usar termos como “Império” é estar a par da realidade recente? Quem é realmente o retrógrado dessa história? Quem ainda fala em “luta de classes”, “mais valia” e outras ideias exportadas do Século XIX? Risos e mais risos.

Acima segue uma foto que sugiro para Leonardo Boff decorar seu escritório. Ora, existe coisa mais bonita do que o presidente Lula tirar uma foto com o presidente (?) Mahmoud Ahmadinejad na mesma semana que o regime islâmico ditadorial fuzilou alguns presos políticos? Ora, nada mais progressista, não é? Essa é a diplomacia do Século XXI que Boff tanto se alegra.

*Postado originalmente no Blog Teologia Pentecostal (www.teologiapentecostal.blogspot.com)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O jornal do futuro?

Por Gutierres Siqueira

A Folha de S. Paulo, como alguns meses de atraso em relação ao seu concorrente principal O Estado de S. Paulo, promoveu mudanças gráficas no jornal impresso. Novos cadernos, ou pelo menos novos nomes nos antigos cadernos, além de um visual mais colorido e com textos curtos procura a aproximação do papel com o online. O lema é a antecipação do jornal do futuro. Será? O site também mudou graficamente. O antigo Folha Online deu lugar para o Folha.com. Mas a mudança ficou restrita ao layout.

O jornal O Estado de S. Paulo inovou melhor. Novos cadernos foram realmente criados, como “Negócios” na segunda-feira. O site Estadão.com ganhou novos colunistas (blogueiros), além de um espaço dedicado exclusivamente para a economia e outro para política. O layout também mudou, além do jornal impresso.

O destaque é que ambos os jornais aumentaram o espaço para textos analíticos e opinativos. A Folha contratou mais colunistas, e os jornalistas da casa ganharam boxes para as suas opiniões. O mesmo aconteceu nO Estado de S. Paulo. O Folha.com dá mais destaque para os blogs, o que antes não acontecia. O Estadão.com sempre liga uma notícia com um texto opinativo que algum dos seus blogueiros tenha escrito.

Em 2009, no ano em que o PIB do Brasil cai 0,2%, a circulação dos jornais pagos caiu 3,46%, segundo estimativas da Associação Nacional de Jornais (ANJ). A Folha de S. Paulo manteve a liderança, de acordo com o Instituto Verificador de Circulação (IVC), com tiragem média de 296 mil exemplares. Entre os principais jornais do país, O Globo ocupa o segundo lugar com 257 mil exemplares. A circulação média de O Estado de S. Paulo no ano passado foi de 213 mil exemplares .

A Folha de S. Paulo pouco inovou. A mudança gráfica é limitada. O Estado de S. Paulo aposta no “conhecimento” em lugar da mera informação. Uma aposta acertada, já que o jornal físico não faz mais sentido em transmitir aquilo que a internet informou 14 horas antes, por exemplo. Novos cadernos analíticos, com novos blogueiros é o caminho.

Agora, todas essas mudanças não respondem a principal questão do jornalismo contemporâneo: Como financiar um jornalismo de qualidade por meio da internet?

Populismo, democracia e liberdade


(Texto vencedor do VII Prêmio Donald Stewart Jr. 2010, promovido pelo Instituto Liberal do Rio de Janeiro-RJ)


Por Gutierres Siqueira

A disciplina é fundamental para o avanço da revolução e essa revolução tem um líder... Não admitirei que minha liderança seja contestada, porque eu sou o povo, caramba! (Hugo Chávez, líder populista)

O populismo, a democracia e a liberdade são palavras diferentes que se relacionam positivamente ou negativamente no contexto político das nações. Portanto, partindo de uma análise da América Latina, verificam-se as características e consequencias políticas do populismo na qualidade da liberdade e da democracia nesta parte do globo, principalmente nos últimos anos com o advento do neopopulismo.

O populismo: democracia e liberdade ameaçadas

O populismo é um estilo político de cunho personalista, sendo um traço marcante na vida dos latino-americanos. Os principais governos de vertente populista dominaram quase todos os países latinos, como o Brasil com Getúlio Vargas e a Argentina com Juan Perón. Depois de crise de 1929, os países latinos sofreram transformações importantes, voltando-se para governos autoritários e de discurso demagógico. Os brasileiros, como os demais latino-americanos, conhecem bem as consequencias sociais das políticas aplicadas por presidentes ou ditadores populistas.

Nos últimos anos a América Latina tem sofrido um novo retrocesso político. Nas décadas de 1960, 1970 e 1980, boa parte dos países sofreu a suspensão da ordem democrática por meio de regimes militares. Nos últimos anos, países como Bolívia com Evo Morales; Equador com Rafael Correa; Nicarágua com Daniel Ortega; Paraguai com Fernando Lugo e a Venezuela com Hugo Chávez elegeram governantes de tendência populista e autoritária, sendo eles contastes críticos da liberdade dos mercados e da liberdade de imprensa. O maior representante do neopopulismo latino é o protoditador venezuelano Hugo Rafael Chávez Frías. Chávez denominou o seu populismo de “socialismo do século XXI” e “bolivarianismo”, baseado no libertador Simón Bolívar.

Definir as políticas de Hugo Chávez como neopopulistas são mera força de expressão, já que o populismo de hoje é praticamente o mesmo, tanto em suas características, como em suas consequencias. O neopopulismo nesse começo de século se alinhou aos sonhos autoritários de uma esquerda carnívora. As principais características do populismo, sejam as de hoje ou do passado, são:

Popularidade pelo assistencialismo

Os governantes populistas praticam o assistencialismo como política de compra e sustentação de votos. Além disso, o assistencialismo serve como manutenção da popularidade. Baseados nas necessidades de classes populares e carentes, os populistas não usam programas assistenciais como paliativos, mas sim como meios perpétuos de dependência do Estado pelo indivíduo.

Diante desse quadro, os populistas criticam todos os que defendem a meritocracia como sustentação própria do homem. Os populistas detestam a ideia do homem como ser autônomo. Preferem achar que o homem é um necessitado do cuidado paternal do Estado em lugar de condições de emprego e estudo para o crescimento pessoal.

Messianismo

Os líderes populistas se comportam como messias. No discurso demagogo se apresentam como a “salvação” para o país. O messianismo é atraente em uma região culturalmente ligada à Península Ibérica. No imaginário de santos e mártires, ligados ao forte catolicismo popular, acabou por fortalecer a figura de homens e mulheres especiais, designados divinamente para uma grande missão libertadora. Fato é que países de tradição protestante são mais resistentes aos líderes messiânicos.

O populismo e suas políticas já são um traço tão marcante da vida nacional. O sociólogo Alberto Carlos Almeida constatou por meio de pesquisas que a maior parte dos brasileiros são defensores de um Estado pesado que gerencie todos os aspectos da economia. Uma mentalidade menos estatizante é mais presente quando o brasileiro aumenta sua escolaridade:

No Brasil, a maioria da população, que tem escolaridade baixa, prefere um Estado mais forte. A mentalidade antiliberal é dominante. Mas, ao colocarmos uma lupa, observamos a divisão de mentalidade entre a escolaridade baixa e o nível superior. O canudo universitário dá poder e aqueles que o têm preferem um Estado mais fraco. [1]

Muitos, inclusive, não se importam com liberdade de imprensa, liberdade de mercados e acham que ser liberal é elitista. Em uma sociedade assim, qualquer discurso paternalista é capaz de mobilizar milhões e milhões de seguidores.

Criação de inimigos

Os populistas sempre enfatizam os seus inimigos reais ou imaginários. “O diabo é o outro”, como diz o chavão. No contexto latino os inimigos de sempre são o terrível imperialismo americano, as grandes multinacionais, os agentes financeiros e os organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Os neopopulistas sempre enfatizam o suposto “golpismo” da oposição, sendo que diante de qualquer crítica ou protesto é visto como um braço que quer derrubar o governo.

Mau gerenciamento econômico

As leis econômicas não fazem os gostos dos líderes populistas. Quase todos os governos latinos somente desmantelaram a economia com o “governo do povo”. Alan Greenspan, o ex-presidente do Federal Reserve (FED), o banco central dos Estados Unidos, escreveu uma sobre o populismo econômico na América Latina, e constatou sobre as consequencias de políticas demagógicas:

Sem dúvida, o século XX não foi bom para os vizinhos aos sul dos Estados Unidos... A Argentina começou o século com PIB per capita real maior que o da Alemanha e dos Estados Unidos. O do México, durante o século, caiu de um terço para um quarto do PIB per capita dos Estados Unidos. O empuxo econômico de seus vizinhos do norte não foi suficiente para evitar a queda. Durante o século XX, os padrões de vida dos Estados Unidos, da Europa Ocidental e da Ásia subiram, cada um deles, mais de um terço mais rápido que os da América Latina. Apenas a África e a Europa Oriental apresentaram desempenho pior. [2]

Quando a economia está em frangalhos, os populistas apelam para demonizar o inimigo. Confiscam mercadorias, taxam com mais impostos, congelam preços, consequentemente elevam a inflação para taxas astronômicas. Diante da crise, acusam as empresas de desestabilizarem o governo. Tal cenário já foi visto no Brasil, e hoje se repete na Venezuela de Hugo Chávez e, em menor grau, na Argentina do casal Kirchner.

A Venezuela, como citado, é um exemplo contemporâneo de desajustes econômicos, mesmo possuindo uma grande reserva de petróleo. O cientista político peruano Álvaro Vargas Llossa escreveu sobre a economia venezuelana comparando com a economia mexicana, assim apontando alguns dados ruins surgidos sob o governo do caudilho Hugo Chávez Frías:

De 1998 a 2005, a desvalorização da moeda foi de 16% no México e de 292% na Venezuela; a taxa de desemprego era de apenas 3,8% no primeiro e de (oficialmente) 12,9% na segunda, embora, pelas razões expostas, esse índice possa ser consideravelmente maior caso se descartem os empregos ocasionais financiados pelo governo; os lares em situação de extrema pobreza diminuíram no México em 49%, enquanto na Venezuela subiram cerca de 4,5%. [3]

Os recentes problemas como o racionamento de energia na Venezuela, além do câmbio artificial e da alta inflação, mostram que as leis de mercado simplesmente não se curvam diante dos mandos e desmandos de algum presidente. O Brasil, por exemplo, conseguiu uma verdadeira “revolução” econômica com o Plano Real em 1994, sem nenhum processo que visava uma ação midiática ou narcisista do líder da nação.

Empatia retórica com “o povo”

Os populistas dizem que amam “o povo”. Gostam de usar frases de empatia para com a população carente. Falam contra ricos e poderosos, sendo eles mesmos os primeiros ricos e poderosos. Apresentam grande facilidade de se apresentarem como “pai dos pobres”, “amigo dos desvalidos” e outros conjuntos de adjetivação atraentes. Aliás, os populistas olham para a população como uma grande massa e, por isso, usam e abusam da palavra “povo”.

A tendência populista é contrária ao individualismo. Contra essa tendência, o jornalista Reinaldo Azevedo escreveu: “Eu não acredito no povo. O povo é uma abstração totalitária. Eu acredito em pessoas” [4]. Na demagogia a ideia de “povo” é usada tanto para esconder o autoritarismo, como para camuflar a verdadeira intenção do governante, que é o bem pessoal em detrimento do trabalho pela sociedade.

Populista é nacionalista. O nacionalismo se converte em mais poder

O nacionalismo se manifesta de forma grotesca e alucinada. A nação precisa defender os seus recursos naturais e se militarizar contra os inimigos imperialistas. A nação também torna-se inimiga do capital financeiro, que segundo os populistas, só tem interesse em expropriar o país. Longe de usarem argumentos sinceros, os populistas buscam no orgulho nacional uma unidade para preservação e perpetuação do poder.

O nacionalismo na América Latina tem sido usado sistematicamente com o objetivo de poder. O caudilho, termo usado para ditadores latinos e espanhóis, abusam desse discurso para que a opinião pública apoie todos os planos do líder, dando mais poder sobre o legislativo e judiciário. Sob um estado de guerra, o populista tenta justificar todos os seus abusos contra a democracia e a liberdade. E logo proclama: “O Estado sou eu”.

O clássico Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano já alerta sobre isso nos idos da década de 1990:

O caudilho encarna o Estado- o personifica – mas também encarna a sociedade em seu conjunto. O caudilho é a nação. Quando o caudilho se aborrece, a nação se aborrece. Quando está triste, a sociedade se amofina. Quanto ele, o macho, está contente, ela, a fêmea sorri. Quanto mais amantes passam pela cama do chefe, mais se admiram os bíceps políticos do caudilho, mais assustam suas fobias e mais alegram suas inclinações. O humor do caudilho é marco jurídico, político, institucional a servir de referência diária ao país. Diante da ausência de instituições sólidas, o caudilho surge com sua força viril. A lona duração do governo compensa a instabilidade de sociedades incompletas. O caudilho torna-se a única coisa permanente, um verdadeiro projeto nacional em si mesmo [5].

Eis um retrato perfeito da Venezuela atual, onde o caudilho Hugo Chávez já resolveu mudar até o fuso horário do país. Ainda por cima, Chávez governa a vida das pessoas pela televisão, falando do tempo no banho e até da suposta influência dos vídeos games sobre as crianças.

Liberdade às favas

Os populistas minam a liberdade por acreditar que “o povo” é incapaz de se governar. Acham sempre que a população precisa de sua tutela. Dessa forma, decidem desde a comida que a população deve consumir até o jornal que devem ler. Em um Estado governado por um populista, a liberdade sempre será confrontada e solapada pelos gostos do governante. Aliás, quando um líder é maior que a instituição que representa, o autoritarismo já bate na porta.
O populista não possui mecanismos de controle, portanto é um estilo de líder incompatível com a democracia. Com seu discurso inaugural, esse tipo de governante implanta a divisão no país, fazendo com que toda a população se volte contra este ou aquele grupo político. Aliás, o populista acredita em completamente “puros” e completamente“ímpios”, sendo ele o exemplo máximo do melhor que há no mundo. A visão maniqueísta somente leva para a divisão de uma sociedade marcada pela violência e corrupção. Em regimes assim sempre haverá presos políticos.

Democracia reinventada e distorcida

Os esquerdistas sempre valorizam a chamada “democracia direta”, que por meio de plebiscitos e movimentos sociais, a sociedade decide o que quer. Bem, os populistas também acreditam na “democracia direta”, ao ponto que utilizam vários plebiscitos para supostamente manifestar a vontade da maioria. Com propagandas e a máquina do Estado, o líder usa desse artifício para impor a sua vontade.

Sobre a democracia direta, o cientista político Leôncio Martins Rodrigues afirmou em entrevista que “a tese de contato direto com a população foi usada pelo fascismo” [6]. Certamente, tal artifício somente esconde as intenções autoritárias que minam a democracia por dentro. É bom lembrar que a democracia e o Estado Democrático de Direito não acabam de um dia para a noite, mas sim por processos lentos e constantes rumo ao autoritarismo. Portanto, toda a atenção é pouca diante das várias tentativas de destruir os preceitos democráticos.

Como nem sempre a maioria está certa, e também lembrando que as leis são feitas na base de muita reflexão, nada melhor do que a democracia representativa. Realmente o legislativo no Brasil não ajuda na imagem da representação, mas apesar das imperfeições, a democracia necessita ser um espaço de moderação e civilidade, e não uma maneira de agir baseado na emoção e calor do momento. O professor Ricardo Vélez Rodríguez escreveu que a união entre “povo” ou “massa” supostamente representada sem instituições mediadoras é certamente autoritarismo: “Preocupa notadamente o fato... da tentativa dos Executivos hipertrofiados pretenderem se vincular diretamente às massas- ao povão que dizem representar – deixando de lado as instituições do governo representativo” [7].

Conclusão

O populismo não combina com democracia. A verdadeira representação passa por representantes legitimamente eleitos, e não nos desdobramentos narcisistas de um líder autoritário. A liberdade sempre é ameaça quando um homem ganha a estatura de um Estado.

Referência Bibliográfica:

[1] ALMEIDA, Alberto Carlos. A Cabeça do Brasileiro. 4 ed. Rio de Janeiro: Record, 2007. p 211.
[2] GREENSPAN, Alan. A Era da Turbulência- Aventuras em um novo mundo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. p 323.
[3] LLOSA, Álvaro Vargas; MONTANER, Carlos Alberto e MENDOZA, Plinio Apuleyo. A Volta do Idiota. 1 ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2007. p 73.
[4] AZEVEDO, Reinaldo. Máximas de um País Mínimo. 1 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. p 154.
[5] LLOSA, Álvaro Vargas; MONTANER, Carlos Alberto e MENDOZA, Plinio Apuleyo. Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano. 7 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil e Instituto Liberal, 2008. p 243.
[6] RODRIGUES, Leôncio Martins. Democracia direta é impossível de realizar. Entrevista. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 17 jan. de 2010. Caderno Nacional. A8.
[7] RODRÍGUEZ, Ricardo Vélez. O Neopopulismo na América do Sul- Aspectos Conceituais e Estratégicos. Disponível em: <> Acesso em: 18 jan. 2010.

A crise da imprensa

Por Gutierres Siqueira

O desinteresse pela leitura e a ascensão da internet são os grandes desafios dos jornais impressos neste início de século. Acadêmicos, jornalistas e empresários discutem caminhos e soluções para a nova realidade, já que é preciso disputar espaço com as novas mídias eletrônicas e enfrentar a falta de leitores. Com a queda das tiragens, os jornais encaram a dura realidade de perder receitas em publicidades e o próprio consumo do produto.

O jornal impresso, como qualquer bem cultural, não é possível de ser mantido sem financiamento. A publicidade, as assinaturas e as vendas nas bancas e livrarias são essenciais para os jornais manterem a estrutura com jornalistas espalhados por todo o país e pelas principais nações.

I. A crise dos jornais no Estados Unidos

O ano de 2008 despertou um sinal amarelo com as falências de alguns jornais centenários nos Estados Unidos. O jornal Rocky Mountain News, da cidade de Seattle (Washington) faliu após 150 anos de circulação. O The New York Times está vivendo em constante dívida. O jornal precisou vender parte do seu luxuoso prédio para quitar algumas pendências. Além disso, foi necessário pegar dinheiro emprestado com o homem mais rico do mundo, o mexicano Carlos Slim, dono da Embratel no Brasil.

Reportagem do jornalista André Petry resume bem a crise dos jornais nos Estados Unidos:

O Cincinnati Post de 1881, fechou. O Philadelphia Inquirer, um dos vinte maiores jornais do país, com 180 anos de circulação, pediu concordata. A Tribune Company, que publica títulos como Los Angeles Times e Chicago Tribune, também pediu concordata. O histórico San Francisco Chronicle está à beira da morte. Se ele fechar, São Francisco será a primeira grande cidade americana a não ter um jornal local. O Seattle Post-Intelligencer, cujos repórteres eram confundidos no exterior com "agentes da CIA" devido ao "intelligencer" no nome do jornal, fechou sua versão impressa e agora só existe on-line. O Christian Science Monitor também encerrou sua operação em papel. Em San Diego, o San Diego Union-Tribune luta para sobreviver num ambiente inóspito: a cidade já conta com dois jornais virtuais e um deles, Voice of San Diego, não tem fins lucrativos. Vive de doações. O Boston Globe, do mesmo grupo do Times, está no abismo. Ou corta 20 milhões de despesas ou será vendido. Ou fechado. [1]

O único grande jornal americano que apresentou crescimento em 2009 foi o Wall Street Journal, com um aumento de 0,61%. Hoje, o Wall Street Journal pertence ao conglomerado News Corporation de Rupert Murdoch. O empresário Murdoch tem defendido a combrança de parte do conteúdo online dos jornais do grupo. Seguindo a mesma linha, alguns dos principais jornais do mundo aderiu ao modelo de cobrança do conteúdo mais analítico. Financial Times (Inglaterra), The Guardian,

II. Os jornais impressos no Brasil

Em 2009, no ano em que o PIB do Brasil cai 0,2%, a circulação dos jornais pagos caiu 3,46%, segundo estimativas da Associação Nacional de Jornais (ANJ). A Folha de S. Paulo manteve a liderança, de acordo com o Instituto Verificador de Circulação (IVC), com tiragem média de 296 mil exemplares. Entre os principais jornais do país, O Globo ocupa o segundo lugar com 257 mil exemplares. A circulação média de O Estado de S. Paulo no ano passado foi de 213 mil exemplares

CONCLUSÃO

Aos jornais, resta o talvez fundamental: a explicação do fato, a sua interpretação, a sua análise, os seus efeitos. Não se trata de fazer um jornal intelectualizado, para as elites, mas um jornal que, com linguagem acessível, possa com clareza dar ao leitor médio os desdobramentos das notícias. Tradicionalmente, pela extensão de sua cobertura, os jornais sempre informaram mais do que a televisão. Trata-se de radicalizar esta postura.

Ao pegar na manhã seguinte os jornais, os leitores já não querem ser informados dos fatos, porque já o foram na véspera; querem saber que efeitos eles provocam, que análise pode explicá-los, qual a correta interpretação, como se situar diante deles.
Fomos, afinal, treinados durante décadas para dar notícias e não tanto para analisá-las

Outro caminho que garantirá a sobrevivência dos jornais é menos a publicação do que chamo de acontecimentos, fatalmente noticiados mais rapidamente pela mídia eletrônica, e mais a produção de acontecimentos. Explico-me: todo esforço deve ser feito na busca de reportagens especiais, investigativas, que criem fatos, ou melhor, que os revelem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

[1] PETRY, André. Inferno na Torre do Times. Veja. São Paulo, p 90-93. Ed. 2110, 29 de abril de de 2009.

KAMEL, Ali.
Vida longa para os jornais impressos. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE JORNALISTAS DA LÍNGUA PORTUGUESA, III. Anais. Lisboa, 1997. Observatória da Imprensa: São Paulo, 2005. Disponível em: <http://observatoriodaimprensa.com.br/cadernos/do2005b2.htm > Acesso em: 11 abril de 2010.

A globalização e a liberdade de expressão

Por Gutierres Siqueira

O fenômeno chamado globalização tem como uma de suas características a ampliação da informação por meios eletrônicos que surgem mediante a inovação e a competição tecnológica. A necessidade do homem como animal social é comunicar, informar e ser informado. Ao mesmo tempo que o mundo vive uma efervecência de informação, ainda há muitas sociedades que estão sob regimes totalitários.

Quando se estuda a globalização e a liberdade de expressão, logo duas questões surgem: 1) A globalização e a sua consequente inovação tecnológica estão ajudando na consolidação da democracia no mundo? Eis um problema que nasce da reflexão sobre o papel que os templos globais exercem sobre os processos políticos internos de várias nações no mundo. 2) Outra questão importante é se a democracia reclamada pelas sociedades liberais não é mais um processo de hegemonia cultural por parte das grandes empresas de comunicação. Assim pensam aqueles que defendem uma restrição de grandes grupos comunicacionais, pois argumentam que a liberdade de expressão não pode ser confundida com a liberdade das empresas.

A hipótese para a primeira questão é positiva. A globalização, por meio da tecnologia, é um poderoso auxílio na transmissão de informações. Tal processo não é parte de um movimento organizado ou proposto por um líder carismático com um partido forte. A liberdade de expressão é uma reação espontânea que as novas tecnologias permitem. A expressão dos sentimentos mais íntimos é a essência da comunicação digital. Não é à toa que os blogs nasceram como diários virtuais de adolescentes que partilhavam detalhes de suas vidas na web. Depois, os blogs ganharam espaço na divulgação de ideias políticas, econômicas, ideológicas e partidárias.
Levando em conta a segunda questão, a hipótese é de que a liberdade sofre dois tipos de restrição: a humana ou a “natural”. A primeira restrição pode ser chamada de censura, mas a segunda não. Quando alguém não tem um computador com acesso à internet, por exemplo, esse não está sendo censurado. A falta do meio eletrônico (computador pessoal, notebook, netbook ou celular) é um processo “natural”. Vários fatores determinam a não posse do objeto. Já quando alguém é blogueiro e outro intervém em seu acesso à internet, aí sim há uma censura. A censura tem raiz latina e significa “pesar, avaliar e julgar”. Portanto, censurar é uma ação de restringir a liberdade de uma pessoa contra outra pessoa ou de um grupo contra outro grupo. Não poder, por exemplo, construir uma grande emissora por falta de condições financeiras não é censura, como argumentam os defensores da própria censura, tentando justificar os seus atos.


01) Tecnologia, globalização e acesso à informação, dialogando com Thomas Friedman

A inovação tecnológica caminha junto com a globalização. A competição é o motor que move a industria da tecnologia. A tecnologia abre espaço para a comunicação mais ampla e barata. Os modernos meios de comunicação são cada vez mais eficazes contra atos de censura. Portanto, raciocinando assim, a globalização é um facilitador da liberdade de expressão. Assim pensa o escritor, ensaísta e jornalista Thomas Friedman, autor do livro O Mundo é Plano [1], um tratado pró-globalização.

“A globalização não é uma ideologia nem um programa econômico a ser defendido; é, isso sim, uma interpretação daquilo que está acontecendo no mundo”[2], defende Friedman. Portanto, a globalização é um processo de séculos de integração dos povos. O transporte, a comunicação, o comércio e outros fatores têm diminuído a distância entre os povos e suas culturas. Não é por acaso que a democracia avança como um valor nessa era da informação, mesmo em ditaduras fechadas.

No Irã, o uso do Twitter por meio de celulares conectados à internet, por exemplo, permitiu que o todo o mundo soubesse da repreensão política que o regime comandado pelo aiatolá Ali Khamenei e pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad implantaram nas eleições fraudulentas de 2009. Na China, a repreensão do Estado policial aos tibetanos foi repassada em imagens produzidas por telefones celulares. Em Cuba, a blogueira e jornalista Yoani Sánchez manda suas impressões da ilha sob a ditadura castrista, além do incentivo e treinamento de jovens blogueiros.

Todos esses exemplos mostram a tecnologia a serviço da liberdade de expressão. Thomas Friedman comenta:

Aqueles países que possuem boas instituições vão se dar bem em tempos globais, os que não tiverem vão ter um problema sério para resolver. E isso não tem apenas a ver com os altos e baixos da economia. Seu governo é uma espécie de tomada, que liga você ao sistema. Se ele for um bom governo, você estará ligado com segurança. Se for corrupto ou fraco, o trânsito entre seu país e o 'rebanho eletrônico', ou seja, o fluxo de capitais que se move digitalmente pelo mundo, será interrompido, asfixiando sua economia. E isso acontece não apenas porque as ditaduras e a corrupção sejam imorais, mas porque elas são antiprodutivas. Um bom governo tem de ser equipado com uma burocracia eficiente e honesta, bons tribunais, boas instituições regulatórias. As pessoas estão excessivamente preocupadas com o chamado 'abismo digital'. Eu não. Em cinco anos, quem hoje ganha apenas o equivalente a 1 dólar por dia poderá comprar um Palm Pilot (smartphone americano). A democratização tecnológica se encarregará disso. Mas será que daqui a cinco anos teremos a segurança de que, por exemplo, os julgamentos serão justos em Manaus, sem que os juízes brasileiros sejam corrompidos? O que dizer do abismo entre as pessoas? É isso que importa. [3]

Portanto, é possível que a tecnologia possa, diferente do que temido por George Orwell, servir como controle do Estado pelo indivíduo e não para o controle exercido pelo Estado.

02) Liberdade de expressão é necessariamente liberdade de imprensa, dialogando com Isaiah Berlin

Não há sentido em falar que as empresas de comunicação exercem uma ditadura nas democracias. Em primeiro lugar, em um país com instituições estáveis (como Brasil, União Europeia, África do Sul, Japão, Canadá, EUA e outros) é possível que qualquer empresário, com condições financeiras para tal, possa abrir uma empresa de comunicação com uma linha editorial própria. Nenhuma empresa de comunicação, em países estáveis institucionalmente, pode impedir a abertura de outra empresa.

A verdadeira censura não é a impossibilidade física, biológica, econômica ou geográfica de fazer alguma coisa. Censura é ato de pessoa contra pessoa. O filósofo lituano Isaiah Berlin, que foi professor da Universidade de Oxford, argumentava nesse sentido:

Mas o sentido em que isso o torna não livre não é necessariamente mais social ou político do que físico, histórico ou geográfico. Quando a sua falta de liberdade é concebida como caracteristicamente social ou política, o que está implícito é que ele é impedido de conseguir, fazer ou ser algo específico por fatores sociais ou políticos, isto é, pela relação dos outros seres humanos com ele.[4]

Berlin lembra que a censura é restrição de liberdade quando essa é possível de ser exercida. Por exemplo, reclamar que poucas emissoras mantêm repórteres no interior da Amazônia ou no Cazaquistão não pode ser comparado com uma restrição governamental que impede um blogueiro amazonense de denunciar o governo local. O primeiro sofre restrições técnicas e financeiras, o segundo é violentado no seu direito de expressão: "Só reclamo da ausência de liberdade pessoal quando num certo sentido acho que estou sendo impedido de fazer o que quero por outros seres humanos que poderiam, no que diz respeito às leis de natureza material, comportar-se de forma diferente” [5], escreveu Berlin.

03) Exemplo na Venezuela

Hugo Rafael Chávez Frias assumiu a presidência da Venezuela em 02 de fevereiro de 1999, e se mantém até hoje no poder por meio de duas reeleições (2000 e 2006). Eleito democraticamente com amplo apoio dos movimentos sociais e partidos de esquerda venezuelanos, Chávez era o militar que antes tentara um golpe de Estado contra o presidente Carlos Andrés Pérez, em 1992. Até então, a Venezuela era um dos poucos países na América Latina que não tinha sofrido um rompimento da ordem democrática através de um golpe.

Em abril de 1999, Chávez convocou um referendo para chamar uma nova Assembleia Nacional Constituinte. Com uma coligação que conquistou 121 cadeiras das 131 disponíveis, Chávez aprovou a constituição bolivariana. Reeleito e com novos poderes, Chávez acabou com o Senado e instituiu um Parlamento com câmara única. Então apoiado pelo crescente preço do petróleo, Chávez aplicou várias políticas assistencialistas perante a pobre população venezuelana, aumentando sua popularidade.

Em 2002, Chávez radicaliza na sua crença contra a propriedade privada: desapropria latifundiários, estatiza os direitos de pesca e aumenta a cobrança sobre direito da exploração do petróleo. Mediante essas medidas, a Fedecámaras, entidade representante do empresariado, convocou uma greve geral de dois dias em abril daquele ano. Pedro Carmona, presidente da entidade, com apoio de militares, da Igreja Católica e de setores da mídia, anunciou a deposição de Hugo Chávez do poder no dia 12 de abril. As ruas de Caracas foram tomadas de violência, com protestos contra e pró-Chávez, resultando em 13 mortes. Chávez foi mantido preso pelo exército e reassumiu à presidência dois dias depois, com apoio de um grupo de militares.

Dentro desse contexto de instabilidade política e econômica da Venezuela, a principal emissora de TV aberta foi fechada pelo governo do país. A RCTV (Rádio Caracas Televisión) não teve a concessão renovada pelo governo. Chávez atribui à emissora, assim como outros canais importantes, a tentativa de golpe ou contra-golpe de 2002. A RCTV deixou de transmitir o sinal aberto às 23:59 do dia 27 de maio de 2007, no fuso horário local. O encerramento do sinal aberto interrompeu a novela mais assistida do país, assim como programas populares.

3.1) Burlando a censura

A globalização abre passagens para furar o bloqueio da censura. No caso da RCTV, os caminhos para a continuação de sua programação foram a internet e o canal a cabo por meio da RCTV Internacional. A RCTV Internacional Corporation e stá situada em Miami (EUA). A emissora foi fundada em solo norte-americano no ano de 1982. Ainda em 2007, o empresário Marcel Granier, presidente do grupo, negociou com empresas de comunicação no México para transmissão da RCTV a partir daquele país. Neste ano porém, a RCTV Internacional foi proibida de transmitir para a Venezuela via sinal a cabo. Em 24 de janeiro, a Comisión Nacional de Telecomunicaciones (Conatel), determinou o encerramento das transmissões do canal internacional. De acordo com o governo de Caracas, os canal não cumpriu com o determinado que exige a veiculação em pelo menos 30% do conteúdo transmitido da Venezuela. A transmissão continua pelo site http://www.rctv.net/.

Conclusão

A liberdade de imprensa e a liberdade de expressão estão relacionadas entre si, e a tecnologia permite o uso livre da informação sem a restrição externa de alguém ou do Estado. A globalização possibilita o maior fluxo de informação, que é o fato em si, não necessariamente as interpretações e ideologias. Mas mesmo essa liberdade de expressão ajuda na divulgação de ideias e diálogos entre escolas ideológicas. O fechamento da RCTV é claramente um ato de restrição à liberdade. Alegando golpismo, o governo personalista da Venezuela tenta impedir que uma voz contrária possa ser ouvida nas ruas de Caracas.

Referências Bibliográficas:

[1] FRIEDMAN, Thomas. O Mundo é Plano: uma breve história do Século XXI. 2 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007. p 560.
[2] FRIEDMAN, Thomas. Perceptivas para o Século XXI. Veja. ed. 1681, 27 dez. 2000. Disponível em: <
http://veja.abril.com.br/especiais/perspectivas/p_090.html> Acesso: 06 jun. 2010.
[3] FRIEDMAN, Thomas. Idem.
[4] BERLIN, Isaiah. Ideias Políticas na Era Romântica: Ascensão e influências no pensamento moderno. 1 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p 150.
[5] BERLIN, Isaiah. Idem.