sexta-feira, 18 de julho de 2014

O preço da Copa, uma visão demagoga de esquerda

 

Assisti ao documentário “The price of the World Cup” (O preço do Mundial), dirigido e produzido por Mikkel Keldorf, que busca analisar (obviamente sob uma lupa esquerdopata) o que considera o legado “social” da Copa do Mundo. Tenho uma série de apontamentos que considero relevantes sobre a película e que me sinto moralmente obrigado a registrar. Seguem:

1 – Desigualdade: O DOC sistematicamente utiliza o conceito de desigualdade social como algo intrinsecamente ruim, ignorando o fato de que a igualdade é um ideal inalcançável e impraticável, aliás, assustadoramente não interessante a qualquer sociedade. Vale a pena ler mais a respeito nos links abaixo. Fosse mais bem informado ou ideologicamente menos manipulador, o autor teria reclamado é de como a falta de liberalismo leva massas à miséria nas regiões retratadas.

Igualdade: o ideal desconhecido

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1551

O igualitarismo é uma revolta contra a natureza

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1206

A igualdade de renda é moralmente indefensável e seu legado é humanamente trágico

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1802

A igualdade econômica é imoral e atenta contra o “bem comum”

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1859

2 – Estatísticas: O documentarista utiliza dados de número de crianças de rua mortas dado por um dito especialista em ONGs que atendem este público específico. Oras, qual diabos é a credibilidade do número apresentado? Fosse eu dirigente de uma ONG de atendimento a velhinhos em situação de desamparo, tendo a oportunidade, inflaria o máximo possível os dados de forma a ampliar minhas chances de obter verbas. (Exatamente o que fazem os cientistas no concernente ao aquecimento global) No Brasil, vale destacar, as ONGs são reconhecidamente grandes receptoras do dinheiro de doações e de divisas governamentais. Motivos estes pelos quais são sistematicamente relacionadas a casos de corrupção e desvio de verbas. Obviamente, o número de casos de morte de crianças de rua da SSP do CE ser zero é digno de desconfiança, mas daí a se trabalhar com o número de 121 é um grande salto, principalmente, porque se parte do pressuposto implícito (no documentário) que seriam jovens executados à mando do “capital local e/ou internacional”. Em suma, os números não possuem credibilidade e vem carregados de rancor ideológico. Fossem uma média de dados de institutos, pastorais, ONGs e pesquisadores, ok, mas um “certo cálculo” tirado da cartola não dá para levar a sério.

3 – Removidos: A entrevista de moradores de favelas impactadas por obras da Copa, sem fazer delongas, omite de que eles não são proprietários legais dos espaços em que moram na maior parte das vezes. Favelas são em sua totalidade invasões ilegais de terrenos particulares ou da própria União. O uso de parâmetros como “uso capião”, que muitas vezes permite na Justiça que esses invasores ganhem direito a habitação dos locais devido ao tempo de permanência, é muito mais uma prova de um Estado que não leva a sério os direitos a propriedade, do que prova de um “direito adquirido”. Ainda assim, como o próprio documentário mostra, as desapropriações respeitaram o ordenamento legal oferecido a proprietários legais, ou seja, a devida indenização. Se o documentarista que justificar alguma injustiça, deveria trazer o quanto foi que as famílias receberam antes de serem retiradas e o quão abaixo do mínimo necessário este valor é. Mas ele não fala! Motivo? Aposto que o Estado deve ter pago um valor justo (afinal, o contrário levaria a uma grita geral na mídia) e isso não contaria “pontos” para o documentário.

É claro (e mais do que óbvio) que uma área legal e urbanizada, em equivalente localização das favelas, não terá um aluguel ou preço de metro quadrado de barraco. Até aí, tem muita gente que paga aluguel há décadas, para poder viver nestes espaços legalizados e o dia que tiver que se mudar não sairá com uma bolada em dinheiro. Para quem vivia as margens da lei, agora, poder comprar uma casa dentro da lei, na periferia, pode não ser ideal, mas é muito mais do que justo. Isso, se tais famílias tiverem em mente entrar na legalidade, o que eu duvido (vide os incentivos do Estado para isso, já que nunca ouvi falar de que famílias tivessem um limite máximo de vezes em que possam ser beneficiadas com desapropriações de ambientes invadidos...) O mais provável, até mesmo tendo em vista a realidade econômica delas, é que tenham armado outro barraco na mesma área (mas fora da zona de retiradas indenizadas) e embolsado a diferença de custo. A reclamação da moradora falando do custo de aluguéis na região chega a ser patética. De onde ela tirou que pode exigir condições idênticas de localização só porque o barraco ilegal anterior tinha isso? Nem o dono de um propriedade legal, uma vez indenizado, pode! Mas ela pode entrar pedindo uma indenização por danos morais. Duvido que tenha tentado.

4 - Genocídio: Ao entrevistar um especialista alemão em violência no Brasil, o documentário deixa de destacar/explicar/descrever/citar ou chutar os motivos que levaram os estados de SP e do RJ a terem reduzido seus casos de extermínio de moradores de rua e o porquê de no nordeste e norte esta ser a nova “moda”. Pronto a oferecer o microfone a um “especialista” de ONGs que só falta dizer que todo o policial militar em folga é um potencial matador de aluguel de pobres , o documentarista “esquece” de abordar como as regiões que destaca estão, desde que se sabe, nas mãos de partidos governistas com programas assistencialistas de cunho eleitoreiro e administrações profundamente corruptas e acomunadas com o crime organizado.

Infelizmente, o que ele (documentarista) faz é dar a entender que é o “capitalismo” por trás dos grandes eventos internacionais a mola propulsora do aumento dos assassinatos de moradores de rua. E com base no que? Na acusação insensata de um dito especialista em ONGs da região, é claro! O mesmo que acusa o comércio local, por exemplo, de contratar matadores para se livrar de ladrões e moradores de rua. O que, não posso afirmar que não é um fato, mesmo que seja, é muito mais o resultado da ineficiência estatal em oferecer segurança pública de qualidade e muito menos um mero preciosismo de quem possui dinheiro. O fato de se esconder que os assassinatos, muito provavelmente, são promovidos é pela própria bandidagem em aberto processo de organização (o que sempre gera pilhas de corpos de bandidos concorrentes menos organizados), é apenas um detalhe.

É mais do que óbvio que não interessa aos governos brasileiros populistas que o mundo conheça as mazelas nacionais e regionais, mas jogar o problema nas costas da organização da Copa é livrar a cara dos verdadeiros responsáveis, aqueles que há décadas dominam sistematicamente os governos locais e nada fizeram para resolver a questão dos moradores de rua (entre muitas outras), com especial destaque ao PT que está no poder e é o principal beneficiado pelo evento.

5 – Liberalismo: Em um determinado momento do documentário um garoto diz como sobrevivia inicialmente mendigando e como passou a vender balas para assim conseguir seu sustento diário. É uma situação triste, mas menos desesperadora do que a de um garoto de rua em uma república africana falida pós (ou ainda) sob tutela de governos de esquerda e que não terá à sua disposição um mercado interessado ou capaz de comprar bombons. A livre-empresa do garoto é o símbolo de como o CAPITALISMO gera riquezas e, ainda, que se fosse menos combatido pela corja ideológica que edifica as bases filosóficas do documentário, seria a solução para que muito menos meninos e meninas estivessem nas ruas. Fosse este um país menos hipócrita, as tais duas “pobres” ONGs que o “especialista” diz terem fechado por falta de dinheiro, poderiam se manter com base no trabalho da molecada.

Um moralista gritará “Trabalho infantil é crime!”. Melhor então morrer de fome? Oras, pode um menino de rua, desde que sozinho, vender doces, mas não podem, de forma organizada, centenas de crianças venderem doces e todo o tipo de bugiganga a interessados em benefício delas mesmas? Qual a diferença, fora que em maior escala todos se beneficiariam? O dinheiro arrecadado, se bem administrado por verdadeiras organizações sem fins-lucrativos, garantiria a todos estes jovens um teto, comida de qualidade, roupas e educação no meio período que não estivessem trabalhando. Para que doações se essas crianças podem aprender logo cedo o valor do trabalho, usufruir do fruto dele e garantir o seu próprio futuro? Só uma sociedade hipócrita, preferirá crianças brincando imundas, abandonadas e doentes no chão da rua, a crianças fazendo um trabalho leve, mas que garanta sua dignidade e sobrevivência. O mundo ideal pode ser de molecada rindo nos parques, mas se o mundo possível é de garotada de barriga cheia, estudada e que não gerará mais uma geração de moradores de rua, já está de bom tamanho!

6 – Cidadãos: Segundo o documentário no Rio de Janeiro a polícia mata cerca de 885 cidadãos por ano. Sério? 885 cidadãos ou esse número de seres humanos? Uma pessoa não é um cidadão só por ser um indivíduo, pelo menos, não segundo a definição do termo cidadão. Vejamos:

Segundo o dicionário da Porto Editora “cidadão. nome masculino. indivíduo pertencente a um estado livre, no gozo dos seus direitos civis e políticos, e sujeito a todas as obrigações inerentes a essa condição”. Um bandido morto em confronto é um cidadão? Oras, dirão: “mas nem todos são bandidos!”, oras, direi, mas nem todos são cidadãos! Na dúvida, não rotular traficante de cidadão é importante. Ao mesmo tempo, esquecer das outras 50 mil vítimas por ano da criminalidade brasileira, ou seja, dos cidadãos de segunda-classe (ou candidatos a cidadãos, já que não se pode dizer que sejam todos merecedores da classificação), é esquecer “sem querer” que no Brasil, faz muito sentido a polícia abater só no RJ 885 por ano. Pode parecer cricri da minha parte, mas as palavras fazem toda a diferença e um estrangeiro, principalmente um que desconheça a realidade brasileira e a montanha anual de corpos do país, será induzido a imaginar que a PM carioca anda metendo bala em qualquer um que lhe passa na frente. Ainda que, concorde, a corrupção da corporação no Rio, leva a muitos casos de abuso de poder e assassinato de inocentes e cidadãos. Mas frente à realidade nacional, generalizar a atuação da polícia como “assassina” eminentemente de gente inocente é, simplesmente, o cúmulo da demagogia de esquerda. A mesma que faz, pasme, regiões muito menos policiadas do norte e nordeste a EXPLODIR em criminalidade e em assassinatos. Mostrar que o aumento do efetivo das tropas, incremento no policiamento ostensivo, investimento em inteligência e em número de prisões em São Paulo fez com que hoje a criminalidade no Estado seja equivalente a de Nova Iorque nos anos 90, o alemão na direção não fez. Preferiu dizer que o índice de mortes no RJ é de 1 para 10 mil, enquanto em NY é de 1 para 1 milhão. Mas, porque não comparou com o de SP ou, melhor, com o de Fortaleza? Simplesmente, porque se fizesse isso, teria de admitir que quanto maior o policiamento, menor os índices, e seu projeto de “estigmatização” da polícia militar iria por água abaixo.

Em suma, o documentário é uma colcha de retalhos das demagogias de esquerda e nem se dá ao trabalho de criticar um problema que todo o brasileiro sério vê escancarado na simples frase “Brasil, país do futebol”. A saber, o mal que é um país ter como ápice e, talvez, única forma de gente pobre vencer na vida, a profissão de chutador de bola. Pelo contrário, com o tom emotivo clássico de todo material de propaganda esquerdopata, o documentário retrata na vibração de meninos de rua em uma Copa exclusiva para crianças de toda a parte do planeta na mesma situação (algo por si só horroroso de se pensar pelo motivo que retratei neste parágrafo, mas dessa vez em escala global) a “beleza e esperança” de um futebol que não resolverá nada na vida delas. É quase como dizer “estamos aqui combatendo o Capital, ok? Esse esporte ser o ópio de um povo ignorante, a nós serve muito bem”.

Assista o documentário e vomite também:

Nenhum comentário: