Por Gutierres Siqueira
Leia reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, na edição desse sábado. Comento no final.
Brasil se abstém de votar contra Irã e Coreia
Adriana Carranca
A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou ontem duas resoluções contra a violação de direitos humanos no Irã e na Coreia do Norte. Em ambas, o Brasil se absteve, sob o argumento de dar prioridade ao diálogo e cooperação à pressão sobre os países. Com projeção cada vez maior no exterior e prestes a assumir, em 2010, uma vaga rotativa no Conselho de Segurança da ONU, o Brasil está na mira dos países democráticos e entidades internacionais.
Eles exigem uma posição mais firme do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a tortura, prisões arbitrárias, execuções extrajudiciais e a falta de liberdade e Justiça da qual Irã e Coreia do Norte são acusados. "As abstenções são inaceitáveis. Mostram a tendência cada vez mais clara de que o Brasil não quer se posicionar sobre a violação dos direitos humanos em países específicos", diz a coordenadora de relações internacionais da organização Conectas Direitos Humanos, Lucia Nader.
No discurso, o Brasil reconhece as violações, mas prefere levar o debate para o Conselho de Direitos Humanos (CDH). "Temos privilegiado a revisão periódica dos países no CDH", disse ao Estado um a fonte do Itamaraty em Brasília. Esse ano, porém, o Brasil também se absteve de votar em uma resolução do CDH sobre violações na Coreia do Norte.
As acusações contra o Irã referem-se, principalmente, ao período após as eleições presidenciais, em junho, em que o presidente Mahmoud Ahmadinejad conseguiu um segundo mandato. Partidários do reformista Mir-Hossein Mousavi foram às ruas protestar contra possíveis fraudes. O governo respondeu com prisões sem julgamento, perseguição aos meios de comunicação e detenção de funcionários de embaixadas, segundo o texto da resolução a ONU.
O documento cita a condenação de menores de 18 anos à pena de morte e a perseguição de ativistas, jornalistas e advogados como violações permanentes no Irã e refere-se à minoria Baha"i, que teve sete líderes presos entre março e maio de 2008. "Aceitamos a soberania dos países, mas os direitos humanos não podem ser relativizados", diz Flávio Rassekh, representante da fé Baha"i em São Paulo.
A votação de uma terceira resolução, contra Mianmar (ex-Birmânia), prevista para ontem foi adiada. A tendência é a de que o Brasil se abstenha de novo, mantendo seu voto na comissão da ONU onde as resoluções foram aprovadas antes de levadas à Assembleia-Geral. A polêmica política de abstenção do Brasil deu-se em votações anteriores sobre violações de direitos humanos na Bielo-Rússia, Chechênia, China, Congo, Sri Lanka e Sudão.
Comentário:
Os fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) nunca amaram a democracia. Eles a usam para solapá-la. Não é à toa que o presidente Lula e os seus diplomatas apoiam as piores ditaduras do mundo.
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